sexta-feira, 19 de abril de 2013

Morar longe da Família....pode ser bom!

Quando digo que moro longe da minha família, que sou nova na cidade, logo as pessoas falam: nossa o mais difícil deve ser a falta da família. Eu costumo responder sim: pai e mãe fazer muita falta! Na realidade vou dizer do que mais sinto falta: dos meus pais e dos meus amigos do G7. Agora o restante da família posso dizer que nos últimos tempos tem até sido bom morar longe!
Isso porque quando crescemos, mudamos muito, pelo menos eu mudei muito! Minha faculdade foi um divisor de águas da minha vida. E ao final, eu fiquei muito diferente do restante das pessoas da minha família. Algumas coisas não tolero mais, como atitudes racistas ou homofóbicas. E alguns integrantes da minha família, a maioria eu diria, são pessoas que são racistas e homofóbicas. Então quando ouço ou vejo algum cometário nesse sentido, por parte de algum dos membros da minha família, eu penso, ainda bem que vou criar meus filhos longe dessas pessoas.
É claro que não posso impedir que meus filhos tenham contatos com pessoas assim, contudo, acredito que se esse tipo de atitude, comportamento é visto dentro da próprioa família, fica mais difícil para criança assimilar porque dentro da casa de seus pais é diferente do que é ali na casa de um tio ou tia da sua mãe. E realmente fica difícil de explicar.
Quero que meus filhos sejam criados principalmente para respeitar os outros seres humanos. Para saber que caráter não está relacionado a cor de pele ou parceiro sexual, mas está relacionado a suas atitudes e comportamentos de respeito e ética para com o próximo e para consigo mesmo. Quero ensinar aos meus filhos que família é mais que um casal hétero com filhos biológicos, que família é o lugar do máximo amor, o amor incondicional e desiteressado, o lugar de confiança, de respeito, de companheirismo, o porto seguro com o qual você sempre pode contar e que muitas vezes independem de vículos biológicos, de sangue. E que isso também independe do casal ser hétero ou homo. Pois, eu conheço inúmeros casos em que um casal hétero está unido por outros interesses que não o amor, e a vida entre eles é mais parecida com um inferno do que com qualquer outra coisa. Então, eu me pergunto, isso é família?
Ser diferente, pensar diferente tem seu preço, e um deles é que muita gente da minha família nos olha, a mim e ao meu marido, com um olhar de desdém ou seja lá o que é, mas que diz que você não faz parte do meu ciclo. Graças à Deus! Mas, não queria que meus filhos logo cedo se deparassem com esse tipo de olhar. Então, por vezes acho melhor não morar perto de toda a familia. Claro que meus pais e alguns parentes não estão incluídos nessa parte da família. Mas, eles podem viajar mais vezes para me ver, e com isso matamos mais das saudades!
Outro lado bom de morar longe da família como um todo, é que nos ligamos ainda mais ao nosso esposo, pois nossa família se resume a ele. Tornamo-nos ainda mais companheiros um do outro. Todo nosso amor vai um para o outro, nossa atenção, nosso cuidado. A relação torna-se ainda mais forte! Mas, acredito que isso se deve a já termos uma relação muito boa, antes de passarmos a viver longe das nossas famílias.
Assim, morar longe tem seus dissabores sim, mas também tem seus prazeres, tudo é uma questão de ponto de vista.

sábado, 13 de abril de 2013

Para Cristine com Carinho

O post de hoje vai para uma grande amiga que faz aniversário hoje e que conheço há mais ou menos 11 anos: Cristine Costa Cabral. Lembro do dia que a vi chegando de saia cinza e blusa rosa para trabalhar conosco na CDL. Logo descobri que seus maiores sonhos eram casar e ser mãe. Coincidentemente os meus naquela época também eram. E dali nasceu uma boa amizade. Digo boa, porque o que essa amizade sempre me trouxe foram coisas boas.
A Tine, como costumamos chamar, veja não é cris o seu apelido, como a maioria daquelas que tem esse nome, é uma amiga diferente. Ela não adula ninguém, é muito direta, mesmo se isso for ser dura demais. Ela costuma dizer que tem um jeito seu Lunga de ser. O que com certeza nem sempre é muito bem aceito pelas pessoas.
Mas, por trás do jeito seu Lunga de ser, tem uma amiga que sempre torce pela sua felicidade, participa dos seus sonhos torcendo por eles como se fossem seus. Tem uma amiga que sempre se faz presente, mesmo quando moramos à distância. Hoje moramos a mais de 2.000km de distância e ainda é uma das amigas com quem mais falo.
A Tine, tem muitas qualidades, mas ultimamente, quando me refiro à ela sempre digo: ela é uma grande mãe. E é sim! Sabe aquele sonho de ser mãe que foi uma das coisas que ela primeiro partilhou comigo, pois é, ela nasceu para ser mãe. E não é qualquer mãe não, ela é uma ótima mãe!
Num tempo em que nos deparamos cada vez mais com crianças dificeís, cheias de vontade, que não respeitam e nem conhecem limites ou autoridade paterna ou materna, fico admirada de ver sua filha ser uma criança tão educada, comportada, e que isso não signifique a castração da criatividade da criança ou que ela esteja sendo educada para ser subserviente. Nem de longe! Mas, é simplesmente uma criança que reconhece a autoridade dos pais e sabe respeitá-la e isso é mérito de uma grande mãe: a Tine.
Profissionalmente acredito que ela tenha se encontrado. Está trabalhando na clínica com crianças e adolescentes, o que além de lhe dar um grande prazer também permite uma boa conciliação com o seu papel de mãe, esse sim sempre prioridade em sua vida. Mais do que carros caros, marcas famosas, viagens caras, ou qualquer outra dessas coisas da sedutora sociedade de consumo. Como ela mesma me disse no dia que viu a Nadine dar os primeiros passos, eu estava presente, não há dinheiro no mundo que pague eu poder ter visto quando minha filha começou a andar. Aqueles que tem seus filhos atendidos por ela, são pais de grande sorte!
E é por tudo isso que ela tem minha admiração, meu carinho, minha amizade. E meu desejo de que sempre tenha uma vida cheia de alegrias, e que hoje seja um dia muito feliz, que sirva para recarregar suas energias e motivações para a realização de mais sonhos!
Um grande abraço da amiga que te admira,
Nessa

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Morar em cidade do interior

É a primeira vez que moro numa cidade do interior. Nasci em São Paulo capital e vivi lá por 10 anos. Quando cheguei em Fortaleza em 1991, apesar de ser uma cidade muito diferente da que eu conhecia, ainda assim era uma capital. E eu cresci ali e adotei aquela cidade como a minha cidade de coração. Vi o Iguatemi, o maior shooping da cidade quando cheguei mais que dobrar de tamanho. Vi muitos outros shoppings inaugurarem. Entre muitas outras coisas que fizeram a cidade crescer.
Quando me mudei para Cuiabá, todos perguntavam como estava a minha adaptação. Ao ouvir essa pergunta, por trás dela eu também ouvia um ar de ... como é possível você se adaptar e gostar de uma cidade tão longe de tudo, e pasmem muitas pessoas achavam que eu estava morando no Norte do país, ao invés de estar morando no Centro Oeste. O que corroborou a minha idéia de que muitas pessoas são centradas demais no próprio mundo, que nem sequer sabem os estados, as capitais e as regiões do país em que vivem. Enfim, parecia que todos achavam que eu morava no fim o mundo e achavam estranho eu estar feliz morando lá.
Cuiabá é uma capital, mas ainda com muitas coisas menores que outras capitais. Se lá nós não temos serviço de bateria para carro 24h, ou as lojas no centro da cidade fecham ao meio dia do sábado e não abrem no domingo. Também não temos crianças e adultos pedindo em sinais de trânsito. Não temos vidros de carro quebrados para roubarem as bolsas. E carros são roubados sim, mas os populares são bem menos visados do que as caminhonetes importados, e esse também o mesmo quadro de Jataí. Meu marido costumava dizer que era uma capital, mas ainda com coisas de cidade pequena.
Agora estou morando em Jataí, interior de Goiás. Pela primeira vez numa cidade realmente do interior. Meus maiores medos era o tédio, o nada para ver ou fazer, que torna a solidão e a saudade dos familiares ainda piores de serem suportadas.
Cheguei cheia de receios, medos, e mesmo com uma má vontadezinha. Faz pouco mais de um mês, e quando meu marido me perguntou na semana passada se eu queria ir morar na capital eu gritei logo, de jeito nenhum!
Leva pouco tempo para gente se acostumar com o que é bom! Para quem já viveu o inferno de trânsito de cidade grande, não há nada melhor do que o trânsito de Jataí. Não que não existam os grossos e sem educação, mas é muito menos. Não existe engarrafamento! Rapidamente você chega em qualquer dos 4 cantos da cidade. Meu marido leva entre 5 a 10 minutos para ir ou voltar do trabalho. Pode vir almoçar em casa. Imagina quando os filhos chegarem, poderemos almoçar com nossos filhos. Passar mais tempo com eles e menos no trânsito se aborrecendo. Só isso já faz valer muito a pena morar aqui.
Quanto ao lazer e vida cultural as atividades são outras: parques ecológicos, parques aquáticos, temos um shopping com três salas de cinema e isso já ajuda bastante. Mas, se quisermos mais opções não custa muito ir a capital, uma viagem entre 4h de carro e temos goiânia em nossas mãos. Assim, tô preferindo uma vidinha mais simples e tranquila no interior mesmo!