sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Dificuldades no Mestrado: o apego que temos a nossa escrita.

Mais uma das dificuldades do mestra: desfazer-se daquilo que você já escreveu.....
Você escreve, escreve, escreve e escreve mais, coloca sua alma em cada parágrafo daquele em cada frase que você considerou genial e imprescíndivel que estivesse ali, pois ele falava da sua verdade.
Depois de toda essa emoção existem dois momentos: um é quando você manda para o seu orientador e ele retorna dizendo que boa parte daquilo ali pode se tirado. Quando ele diz educadamente, como o meu, acredito que é bem menos dolorido, do que quando você recebe um grande "X" em vermelho em várias partes do que você mandou para ele. Infelizmente já vi muito isso na correção de amigos meus. Já meu orientador, que veio de outro planeta, coloca apenas um comentário, e não em vermelho, que considera aquela parte desnecessária, ou enfadonha. Então, temos o segundo momento, que é quando você tem que fazer esse corte, é o momento de você com você mesma, independente de que os cortes tenham sido pedidos pelo seu orientador ou por você mesma ter se dado conta de que aquela parte tão linda que você escreveu não caba ali, ou é realmente desnecessária.
Confesso que passei os útlimos 5 meses nessa fase e agora é que começo a sair dela. Para mim foi um processo bem dolorido, mesmo não tenho os "Xs" em vermelho. Mesmo, eu tendo me dado conta de que aquilo não cabia ali, que o texto ficaria muito melhor tirando aquilo, eu não conseguia fazer. Eu travava. Eu me apeguei a cada parágrafo daquele como um pedaço de mim. Entendo completamente agora o que as pessoas dizem sobre a dissertação de mestrado ser um filho nosso. E sendo um filho, você deixar de lado, excluir partes dele, ou que simbolizam o que você viveu com ele, é meio que um processo de elaboração de luto.
Hoje com o processo de luto já bem elaborado, mesmo que ainda não totalmente, foi tão mais fácil escrever, o texto ficou tão melhor!!! Vi como perdi tempo tentando arrumar um modo de manter certos parágrafos, era meio que um apego físico a eles. Será que todos passam por isso? Penso que agora será mais fácil o restante do caminho....