quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O primeiro dia/ primeira semana do mestrado

Na realidade o primeiro dia do mestrado já foi há pouco mais de uma semana... , mas ainda estou digerindo as mudanças...São muitas...No primeiro dia saí de lá com a clara impressão, que as pessoas da minha turma estavam anos luz na minha frente e que eu teria que me dedicar muito mais do que qualquer um deles para conseguir acompanhar e realizar o meu propósito. É claro que me dei um desconto de que, estou afastada da academia há 6 anos e que para mim as coisas já seriam mesmo mais difíceis. Mas, serão muito mais difíceis.
Isso me assusta, mas não me incapacita. Responsabilidade sim, sinto muito, de mim mesma, a cobrança para realizar um bom trabalho. O melhor que eu puder e não deixar escapar a oportunidade que me foi dada de entrar nesse mundo intelectual.
O que me leva a segunda aula. As palavras da professora ainda ecoam na minha mente: " o trabalho de vcs agora é ser intelectual". Para mim é uma mudança dramática. Saio de um contexto em que pouco ou quase nada podia usar de minha inteligência e saber científico para realizar o trabalho que fazia. O qual deveria ser apenas prático, objetivo, rápido e colaborar para a lucratividade da empresa, para um novo contexto em que meu trabalho é pensar criticamente tudo isso que eu vivia, e muitas outras coisas. Meu trabalho vai ser pensar. Meus olhos se enchem de lágrimas, quando me ouço falando isso para mim mesma, e me lembro de que há bem pouco tempo, meu "patrão" dizia que funcionário dele não era pago para pensar, mas apenas para fazer aquilo que ele mandava. Eu consegui sair desse contexto de opressão e precarização do trabalho e hoje me é apresentado que meu trabalho agora é ser intelectual. Estudar, ser pesquisadora, pensar criticamente a realidade é o meu novo ofício. Que xique! E que responsabilidade!!! Afinal, eu não tenho a menor dúvida de que será um trabalho árduo, mas ao mesmo tempo sinto que será extremamente prazeroso, pois no fundo sempre foi isso que quis fazer, só não tinha podido ainda realizar.
Tudo é novo. Tudo muda. Estabelecer uma rotina para esse tipo de trabalho é algo que ainda estou aprendendo, mas que estou amando descobrir. O ambiente é o melhor possível, cercada de livros, um bom computador com internet, uma boa música, àgua e comida sempre à mão. Momentos de pausas são necessários e não tenho que me preocupar se meu "patrão" vai descobrir que estou descansando e brigar comigo. Eu sou minha própria patroa, eu planejo meu trabalho, tenho autonomia. É claro que tenho o meu orientador, mas ele é justamente o que o nome diz, uma pessoa que me orienta naquilo que estou buscando realizar, aquele que é meu companheiro nesse percurso. Uma relação totalmente diferente.
Sei que muitas mudanças ocorreram na minha vida e em mim mesma, no decorrer dos próximos 18 meses... mas, se elas virão de reflexões e relações abertas e sadias de trabalho, só posso esperar que sejam muito positivas e que ao final desses 18 meses eu possa me sentir realmente fazendo o meu novo trabalho: ser intelectual, produzir conhecimento.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Os efeitos de ter 3 décadas no corpo...

Entrar na terceira década de vida nos remete a pensar nas limitações que o tempo nos traz. Muitos podem pensar, ora o que são 3 décadas, meros 30 anos. Mas, para mim é como se fosse um divisor de águas, como se eu tivesse que me obrigar a parar para pensar no que eu já fiz, e o que eu quero conseguir e o tempo que ainda me resta para conseguir. É a hora de assumir responsabilidades, de deixar de ser " a filha" e se tornar " a profissional" " a esposa" ou "a mãe".
Talvez seja porque passei muito tempo ouvindo meus clientes e chefes, quando trabalhava com seleção, me solicitar profissionais na faixa de 20 a 30 ou 35 anos no máximo. Então, parece que passei muito tempo ouvindo que a vida das pessoas está finalizando em sua terceira década.
Hoje estou pensando sobre as limitações e diferenças no meu corpo. Meu pique e disposição já não são mais os mesmos, da minha segunda década. Talvez esteja precisando fazer alguma atividade física para recuperar o fôlego, quem sabe não passe a me sentir com 20 e poucos anos denovo...
E o que mais posso fazer para sentir menos o peso da idade nas minhas costas? Falo literalmente. Na minha segunda década, estudava, estagiava e saia no final de semana para aproveitar com o namorado ou amigos e não me lembro de nunca sentir dores nas costas, ou mesmo no punho, no ombro... Conseguia fazer todas minhas atividades sem reclamar.
Hoje depois de uma semana trabalhando os três expedientes e o sábado mais dois expedientes e sair para jantar com a família no terceiro, não consegui dormir e nem consegui levantar da cama cheia de dor, costas, ombros, punho etc. no domingo. Meu corpo claramente não é mais o mesmo...A LER torna atividades simples insuportáveis, como por exemplo, o simples fato de estar escrevendo aqui.
Meu estômago não é mais o mesmo, qualquer estravagância ou alimentação desregrada, os efeitos no corpo não passam impunes. o mal estar com azia e gastrite são constantes, mas talvez não seja só uma questão de alimentação, mas também das ansiedades que a terceira década está trazendo. O fato é que tenho que me cuidar.
Se antes nunca me preocupei com o peso, e a ansiedade e o stress me levavam num piscar de olhos vários dos meus quilinhos, hoje a coisa mudou de figura. Adquiri 6 kg a mais que não vão mais embora, mesmo com stress e ansiedade eles não vão mais embora e parece que estão sempre ansiosos por se juntar a mais uns amiguinhos....
Não ajuda em nada a falta de tempo que tenho (na busca por conseguir meu sucesso profissional antes que os 35 cheguem de verdade) para conseguir ter o corpo saudável e a disposição que me fariam sentir menos o peso desses 30 anos...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

NOITES EM CLARO E O TEMPO

Quando eu era criança começava ficar acordada até tarde em casa por alguns motivos: queria ver meu pai chegar do trabalho, ele sempre chegava tarde ou tinha um pesadelo e não conseguia mais dormir.
Quando na adolescência ficava até muito tarde da noite acordada para estudar para uma prova no dia seguinte, para terminar um trabalho para a escola, ou nos momentos felizes e de pura diversão porque ia à alguma festa muito boa, neste caso eu não tinha nem lembrança do era sono, mas nos outros sim, meus olhos insistiam em fechar, cheios de lágrimas de tanto bocejar, mas como tinha algo a cumprir, pedia à Deus forçar para continuar acordada.
O tempo passou e por alguns outros motivos fiquei acordada até tarde, mesmo cheia de sono. Lembro-me de uma ves que estava fazendo um presente surpresa para meu namorado, hoje meu esposo, que me levou noites em claro, pois era tudo feito artesanalmente, uma fita cassete, é o novo, com nossa músicas favoritas, um coração de isopor com cartolina enorme, recheado de ouro branco e sonho de valso, ficou muito lindo, e um cartão feito com recortes de EVA. Como estudava e trabalhava não tinha tempo de fazer durante o dia, então, fazia à noite quando chegava em casa, depois da faculdade, isso em meio as atividades da faculdade também. Lembro que na véspera minha mãe ficou comigo até tarde me ajudando a pregar com os palitos os bombons no super coração de isopor. Apesar do sono, foram bons tempos....
Raramente fiquei acordada nos últimos anos para realizar algum trabalho, era terminantemente contra minhas regras me desgastar em casa, por um trabalho que eu odiava e já quase não suportava fazer no horário comercial. Lembro que as últimas vezes que trabalhei nas madrugadas por trabalho, foi quando ministrava treinamentos há uns 3 anos atrás e era uma atividade que apesar de trabalhosa, fazia com muito gosto.
Hoje fico noites acordadas devido ao meu novo trabalho: preparar aulas, desse sim eu gosto, quando vejo meus olhos estão cheio de lágrimas e insistindo em fechar, mas eu ainda estou querendo fazer mais, deixar a aula mais legal, querendo ter idéias que chamem a atenção dos alunos ou mesmo estudando para me aprofundar no conteúdo.
Como inicio o mestrado na próxima semana, já imagino o motivo pelo qual terei ainda mais noites em claro, mas fico muito feliz, mesmo com meus olhos e corpo sofrendo.
Mas, ao pensar que o tempo vai passar e mais na frente um novo motivo deverá me manter acordada durante as noites, fico muito assustada e me pergunto se vou conseguir me manter acordada e motivada, quando esse motivo chegar. Já imaginaram o motivo né? Um serzinho que seja metade minha e metade do meu esposo e que vai depender de nós para tudo e de mim para tudo mesmo, e que me manterá acordada e desperta a cada três horas para satisfazer suas necessidades. Ai que medo!!! Do tempo que vai passar e das outras responsabilidades que ele trará....

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

De quem é o buraco? ... De quem é a cara de palhaço? ah sei, eh a nossa

A prefeitura de Fortaleza e a Cagece agora discutem de quem é a culpa dos buracos da cidade. Isso porque a prefeita resolveu conseguir um culpado para o descaso da prefeitura com a cidade, a cagece. E não é uma simples culpa, é a culpa por 60% dos buracos da cidade.
Nos percursos que costumo realizar existem sim obras da cagece, mas os buracos vitalícios que temos há anos são de longe a maioria.
A prefeita e a cagece agora culpam a chuva por não conseguirem terminar as obras e por isso estamos com tantos transtornos na cidade. Boa desculpa, mas as chuvas começaram agora no início do ano e as obras e buracos existem há anos.
De qualquer forma a maioria das obras da cagece que ficam no meu percurso são terminadas num espaço curto de tempo e realmente terminadas, ou seja, não ficam pendências para vir tapar, cobrir depois. Enquanto os buracos vitalicios da prefeitura, bem como o próprio nome diz... são vitalícios.
Eu não suporto mais essa palhaçada, mas ao mesmo tempo, pouco podemos fazer: ligar para os órgãos, que depois de inúmeras tentativas dizem que vão agendar a visita para averiguar. E tentar sempre escolher melhor quem governa a nossa cidade. Luiziane nunca mais!!!
Os piores são aqueles que fazem aquele discurso exacerbado, apontando os erros e defeitos de seus antecessores, pois a maioria quando no poder, agem como a prefeita de Fortaleza.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um dos princípios do capitalismo: vc sempre vai querer mais!

As pessoas sempre querem mais dinheiro . Ninguém é educado ou influenciado a querer uma vida simples, com poucas, ou limitadas satisfações materiais. O capitalismo nos faz sempre desejarmos e querermos mais, e quando entramos no jogo dele, raramente conseguimos voltar.
Sempre tive muito cuidado nas minhas ações nessa busca desenfrada para ganhar dinheiro. Tive um modelo que em casa que me ensinou pelo avesso: meu pai.
Meu pai sempre foi e ainda é um homem muito batalhador, trabalhador com tudo e um pouco mais que  ainda que o signficado da palavra carrega. Conseguiu crescer muito e dar uma vida muito confortável e infinitamente superior a que ele teve quando criança ou adolescente. Não somos ricos, mas vivemos satisfatoriamente, enquanto meu pai quando criança foi um inúmeros nordestinos que passava fome no sertão do Ceará.
Para conseguir toda essa evolução, ele começou a trabalha aos 7 anos de idade e até hoje não parou. Não teve infância ou adolescência. E quando formou sua família com minha mãe, pouco pode usufruir dos momentos com ela, pois tinha que trabalhar muito para conseguir crescer, "vencer na vida", dar uma vida melhor aos filhos.
Não preciso nem dizer que sua ausência foi uma constante na minha vida e na do meu irmão. Lembro que boa parte da minha infância eu passava semanas sem vê-lo, ele saía muito cedo para trabalhar e quando voltava, muito tarde da noite, eu já estava dormindo. Nos finais de semana e feriados ele também estava trabalhando, era hora extra e ganhava mais. Nos domingos que ficava em casa, dormia e agente tinha que ficar quieto, quieto na medida do possível, já que éramos crianças...
Tenho poucas lembranças de passeios e momentos que tenha curtido na infância com a família toda.
Na nossa adolescência então, o trabalho não deu trégua, e também foi um dos períodos em que ele mais trabalhou. Viagens, só com as famílias dos amigos da escola, meus pais não tinham tempo, mesmo tendo o dinheiro.
Tudo isso sempre me fez pensar que quando chegasse a minha vez de trabalhar e ter uma família seria diferente, até o momento tenho tentado, mas não é fácil seguir na contramão do sistema capitalista.
Algumas pessoas me dizem que durante uma determinada época da nossa vida, a que somos jovens e não temos filhos, devemos trabalhar muito, sem nos importarmos com finais de semana perdidos, feriados perdidos, ou em chegar sempre tarde em casa, ter pouco tempo para o lazer. Dizem que é apenas uma fase, um período que temos que aproveitar para crescer profissionalmente e ganhar dinheiro. E que depois, já com as metas aingidas, podemos desacelar o ritmo.
Será mesmo? Acho muito difícil de desacelar. O capitalismo cria ferramentas, meios de sempre conseguir o que quer.
Primeiro você se sentirá reforçado pelos ganhos financeiros e de status que conseguir. Com o estilo de vida que conseguir ter e não vai querer perder ou baixar o nível, mas então o que você ganha não vai ser suficiente para manter tudo isso daqui algum tempo, além disso você vai querer mais do que tem, e isso vai levar você a trabalhar sempre e cada vez mais.
Esse seu tempo a mais para o trabalho será tirado de algum lugar. Do tempo para o autodesenvolvimento, do tempo para família, amigos, companheiro, etc. Afinal, a mágica do dia ter mais de 24h ainda não conseguiu ser realizada.