sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Algumas horas...

Acabo de chegar do Iguatemi com minha mãe e dentro de algumas horas estarei embarcando para Cuiabá. Tenho que terminar minhas malas, mas meu coração tá apertadinho... Tô feliz de ir para minha nova casa com meu marido, mas estou começando a sentir uma falta da minha casa daqui, do tempo com minha mãe, com meu pai, do meu bairro.
Olhando os lugares pelos quais passei e vivi minha vida, construí minha história nos últimos 20 anos não tem como não ficar melancólica e emocionada...
Tenho que ir, terminar as malas, aiaiai....

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

7 Dias para partida!!!

Enfim, o dia está chegando!!! Exatamente dentro de 7 dias estarei embarcando para ir morar em outra cidade, cerca de 3.400km de distância da minha amada Fortaleza, onde moram meus pais, minha família, meus amigos, enfim toda a minha vida... exceto aquele com quem decide compartilhar minha vida.... e é por isso que tenho que me encher de coragem para ir!
Sei que depois que embarcar daqui há 7 dias, retornarei para minhas primeiras férias em 18 dias. Mas, essa partida do dia 25, tem se mostrado essencial para a elaboração dessa separação.
Ontem meu pai viu as caixas da mudança arrumada e ficou tão triste, assim como a minha mãe ao ver uma das malas prontas hoje. E toda essa tristeza acabou me contagiando mais um pouco. Afinal, eu já ando melancólica há algumas semanas...
São muitas despedidas a elaborar: aulas e colegas de mestrado, amigos de longa data, familia, pais, casa dos pais, minha cidade... Dá uma vontade de ficar em casa, curtindo meus pais, tomando café com eles, vendo o pôr do sol da frente da minha casa, a maneira como o seu fica colorido e eu vejo os raios solares através dos galhos das árvores que ficam em frente aqui em casa.
É claro que também há alegria em mim. Voltar a ficar com meu esposo, pela primeira vez na nossa casa, começar uma vida nova, em condições mais favoráveis, pensar novas possibilidades, como o nosso filho, novo carro... enfim...
Não tem como ser diferente eu acho. Vai ser assim essa mistura louca de sentimenros até tudo isso acontecer de verdade. Próximos capítulos em 7 dias eu acho!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

19 Dias para morar em Cuiabá-MT

Hoje de manhã, pela primeira vez, ao pensar que só faltam 19 dias para eu me mudar para Cuiabá, não senti aquela sensação eufórica de contagem regressiva que costumava sentir a cada dia que percebia que faltava menos um dia.
Dessa vez, veio-me uma tristeza real, um sentimento de saudade e de medo invadiu meu peito, ao olhar para minha casa já praticamente desmontada e me perceber bem próximo de partir. Perceber que papos no café da manhã com meu pai serão muito difíceis dentro de 19 dias. Afinal 3.300 Km nos separarão...
Mas, como meu irmão costuma me dizer: está na hora de sair de casa, afinal vc já tem 30 anos! Estou casada há 4 anos, mas ainda não saí de casa, então, agora é que realmente vai começar minha vida de casada, que realmente vou cortar o cordão com meus pais.
Talvez por isso tenha passado um semestre angustiada, dividida entre meus afazeres profissionais e aproveitar meu tempo com meus pais enquanto estou em Fortaleza, e aproveitar meu tempo com meu esposo enquanto estou em Cuiabá. Ao mesmo tempo, sinto-me muito culpada por não estar me dedicando tanto quanto queria ao meu trabalho. Essa angústia tem dias contados para acabar, mas acho que então chegará outras...
Meu marido tem razão quando diz que quer esperar para eu estar vivendo lá para decidir sobre compra de casa e outros itens, pois tudo, segundo ele, dependerá da minha adaptação à cidade. Em dias como hoje acho que será muito difícil, que vou querer desesperadamente voltar para minha cidade, ou para o nordeste. Em outros dias acho que será o máximo começar tudo numa nova cidade...
Enfim, faltam menos de 20 dias para começar a viver uma coisa ou outra...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O São João e o Centro Oeste

Acabo de assistir ao globo repórter sobre o são joão. Sinto-me tão feliz por ser nordestina. Tá certo que tecnicamente não sou oficialmente, mas sou filha de nordestinos, e estou aqui em Fortaleza há 20 dos meus 30 anos. E simplismente amo o nordeste!!! Amo seu povo trabalhador, com uma história de superação, de luta, de esperança e de conquistas. Amo as prais, as belezas naturais dos nossos estados, o povo simples, alegre, divertido, colorido, enfim o povo que mesmo com todas as adversidades consegue ser muito feliz!!!
Nessa época de são joão então fico mais feliz ainda!!! meu coração bate como se estivesse apaixonado!!!
O que me faz pensar em como será ir morar e construir uma vida longe do nordeste, em outra região... bem diferente daqui...
Mas, o importante é nunca esquecer e valorizar minhas origens, mesmo que não esteja morando aqui. Ensinar as maravilhas do nordeste aos meus filhos, mesmo que eles não nasçam aqui. E sempre que puder passar um tempo de qualidade com a minha familia nessa terra que eu amo tanto e na qual vive dias de imensa felicidade, onde conheci meus melhores amigos, onde conquistei sonhos como me tornar psicóloga, e mais recentemente estou cursando o mestrado academico, foi aqui que conheci o grande amor da minha vida, onde tivemos brigas homéricas, e reconciliações idem, onde ficamos noivo e tivemos o grande dia do nosso casamento, no local mais apropriado: a beira do mar e agora ele vai me levar para longe... É uma confusão de sentimentos que sinto no meu coração, mas em resumo estou muito feliz!!! Sempre vou amar minha cidade e isso vai comigo para sempre onde quer que eu esteja.
Sei que também vou amar o centro oeste mesmo que de um modo diferente. Já adoro as paisagens e música certeneja e estilo contry sempre foram os meus segundos favoritos... Espero conhecer logo a cidade.
Sei que esses meses que serviram para me preparar para essa nova jornada e a separação das coisas e pessoas que tanto amo em Fortaleza seja menos dolorida....

quarta-feira, 25 de maio de 2011

2º DIA DE ACADEMIA

Bem, depois de ter completado meus 30 anos na última sexta-feira minha primeira resolução foi finalmente realizar uma atividade física. Tenho fugido disso por quase 30 anos. Nunca consegui realizar nenhuma. Na escola fugia da educação física com atestados ou outras desculpas. Como sempre fui magra, nunca me liguei nisso. Lembro que por duas vezes há mais de 20 anos entrei na hidroginástica, mas não consegui fazer por 2 meses consecutivos.
O efeito de tudo isso, junto com uma vida mais do que sedentária, já que meu trabalho exige que fique sentada a maior parte do tempo, são estar com 30 anos e não conseguir fazer uma caminhada de 3 quarteirões sem fica ofegante, sem falar que se for conversando com alguém fica bem pior. Sinto muitas dores nas costas, e braços, e força nenhuma. Para completar nos últimos 6 meses engordei 3kg, quando deveria perder devido ao meu estresse. Antes dos 30 sempre funcionou assim.
Enfim, depois do primeiro dia, juro que quis desistir, pois senti muitas dores e não gostei das máquinas da academia, achei além de doloorido chato...
Mas, tentando ser aos 30 anos uma pessoa mais saudável e comprometida com suas metas, decidi que iria voltar para o meu segundo dia. E foi bem mellhor, dessa vez um avaliador físico me examinou, fez uma anamnese completa e preparou exercicios para o que realmente quero e preciso: ganhar condiconamento físico. E é o que trabalharemos nas próximas semanas, exercícios aeróbicos para ganhar resistência física, e no início 40 min todo dia, finalmente alguém que fala a minha língua.
Vamos ver os próximos capítulos!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Desorientação após Estudo Orientado

Depois das aulas de Estudo Orientado, normalmente sinto-me desorientada... mas, tem até um sentido bom nisso. Como assim? Desorientada no sentido de que não tenho respostas, que minhas angústias durante a leitura tendem a se ampliar após a discussão em grupo. Os meus piores pensamentos sobre a sociedade capitalista e as condições de trabalho tendem a ganhar contornos cada vez mais definidos e em meio a tudo isso a desesperança começa a crescer em mim....E meus pensamentos mais "românticos", "poéticos" ou "humanistas" sobre o futuro do trabalho vão desaparecendo cada vez mais e de alguns eu não vejo mais nem a sombra. E isso é muito triste e desesperador...
Mas. ao mesm tempo essa desorientação me faz bem. Pois, se estou pensando sobre isso tenho condições de me revoltar, de pensar de modo diferente do que os interesses do capital deseja. Posso pensar estratégias minímas, e individuais que sejam, para que o capital não consoma toda a minha vida, ou que me "roube" a felicidade em tudo. A desorientação me torna capaz de vislumbrar o nascedouro de minhas angústias e perceber que está muit além de mim e também sentir-me um pouco menos culpada pelo que acontece nesse mundo cão do trabalho.
Sei que eles detêm  o poder de comprar do meu trabalho. Sei também que a maioria dos sujeitos não se encomodam de serem exauridos pelos mecanismos de consumo do capital. E posso assim ver claramente, que os mecanismos de poder cumprem muito bem seu papel, não permitindo que boa parte da população questione a ordem que está sendo disseminada - de maneira camuflada ou não- pelos donos do poder, os detentores do capital.
Tenho me esforçado para ser diferente. Tenho tentado não me deixar pela neurose do ter, do consumir,  para que possa me dizer enquanro alguém nessa sociedade. Por esses pensamentos já levei o nome de "preguiçosa", "banqueira","ingênua", por estar sempre tentando subverter na minha vida a lógica do capital. Por, por exemplo, não ir trabalhar quando estava doente, por sair mais cedo, chegar mais tarde ou não ir trabalhar para ter que ir a uma consulta médica, por me recusar a ficar depois do meu expediente, ou paticipar de eventos fora do meu expediente de trabalho, para ficar com minha família ou meus amigos.
Já deixei de ganhar "um extra" porque tinha um compromisso com meus amigos e decidi não faltar a ele, e me recusar a ganhar esse extra fora do meu horário de trabalho. É claro que essas posições acabam te excluindo do mercado de trabalho, mas será que vale a pena mesmo estar incluída nessa loucura?
É claro que ser dessa forma tem suas consequencias, principalmente financeiras. Ainda não tenho minha casa própria. Eu e meu esposo temos apenas um carro, simples e popular de duas portas. Não bebemos vinhoou choop todo final de semana. Não frequentamos os lugares badalados, ou estamos sempre com roupas da moda, etc. Muitas vezes ficamos em casa curtindo só a cia um do outro. Mas, não sou radical, nem tanto ao mar ou a terra. Fazemos duas viagens por ano, tomamos nosso choop ou nosso vinho de duas a tres vezes no mês, nem sempre em lugares badalados, mais em bons lugares, lugares de qualidade. Temos sim pequenos luxos afinal ninguém pode se subeverter totalmente ao capital. Mas, o que costumo pensar é que precisamos de dinheiro sim e muito, mas talvez não tanto. Ou como já disse alguém numa música, que você diga a ele (dinheiro) pelo menos uma vez quem é mesmo o dono de quem!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Como começou o desejo de pesquisar o meu tema no mestrado II

Bom, a minha primeira estratégia, para enfrentar meus conflitos com a precarização do meu trabalho, foi não pensar sobre o que me acontecia. Fugir do que a realidade me apresentava. Chegava em casa e queria ver uma novela boba, daquelas que você não precisa pensar muito para entender. Então me anestesiava e ia dormir. Segurava-me nos parcos prazeres que minha parca remuneração podia me oferecer... Mas, essa estratégia não deu conta do meu sofrimento... então passei a segunda.
A segunda estratégia foi pior, foi pensar que o problema não estava na estrutura organizacional do trabalho ao qual eu estava submetida, mas sim em mim mesma, que não me esforçava adequadamente para me adequar as condições do mercado, ou que ainda não tinha encontrada a organização que iria me dar as condições adequadas de trabalho que me fariam sentir feliz. E então, passei a procurar desesperadamente outras oportunidades de emprego. Mas, nunca conseguia ficar numa seleção. Lembrei que na época de estagiária, toda vaga, que eu queria realmente ficar, era minha, eu era aprovada. Então foi que tive um insight, eu não queria realmente ficar naquelas vagas, o avaliador devia perceber isso e então não me aprovava. Principalmente quando vinham com um discurso que às vezes será necessário você ficar após o expediente para terminar uma tarefa, ou que podemos precisar de você no final de semana etc.
Essa segunda estratégia, antes de eu ter meu insight, causou-me muito sofrimento, pois comecei a me sentir fora desse mundo, como se o problema fosse eu, que tinha que pensar tanto sobre a questão do trabalho e querer condições dignas, enquanto a maioria aceita isso. Duvidei também da minha capacidade, que não era boa o suficiente para esses empregos. Quando na realidade após meu insight percebi que eles é que não eram bons o suficiente para mim.
Então cheguei a terceira estratégia, fui buscar nos livros as respostas para minhas angústias, voltei a ler e estudar. E essa foi a melhor estratégia. A partir das leituras que fiz de Dejours, do Wanderley Codo, da Ana Magnólia Mendes, Ricardo Antunes entre outros comecei a compreender melhor esse mundo do trabalho no qual eu estava inserida, via a minha vida, e a do meu pai também, nas linhas desses autores e então me deparei com um desejo imenso de investigar sobre a temática do trabalho. E num primeiro momento o trabalho que eu realizava, o do psicólogo organizacional.
Essa foi a minha melhor estratégia. Minhas leituras me levaram a ver que existiam grandes diferenças entre psicologia organizacioanal  ao longo dos anos no Brasil e mais ainda entre psicologia organizacional e psicologia do trabalho. Ao analisar minha prática percebi que fazia psicologia organizacional, mas ainda presa a uma psicologia organizacional, que os livros me diziam que se fazia no início dos anos 50 a nível de sul e sudeste. Mas que em Fortaleza se encontra fortemente presente, ao menos por onde passei. Percebi também que o que queria fazer era psicologia do trabalho e não organizacional.
Vieram então mais estudos e as seleções de mestrado. E finalmente minha aprovação e a oportunidade de realizar um trabalho que desejo e que só por isso já é prazeroso!

Como começou o desejo de pesquisar o meu tema no mestrado

Meu orientador me pediu um exercício na semana passada, mas ainda não tinha conseguido realizá-lo. Então essa é a minha primeira tentativa. Ele me solicitou que pensasse no que nos levou até o tema que queremos investigar, de onde vem o nosso desejo de investigá-lo, mas não fazendo nenhuma interpretação psicanalitica, se é que isso é possível.
Bem, meu desejo é investigar o mundo do trabalho, especificamente, o trabalho dos psicólogos dentro das empresas de Fortaleza. Essa questão com o mundo do trabalho na minha vida já vem de muito tempo. Acho que desde que eu era criança e o mundo do trabalho me foi apresentado pelo meu pai. Na realidade pela ausência do meu pai. Sempre que sentia sua falta em casa, minha mãe me respondia que ele estava trabalhando para nos dar uma vida melhor. Eu ainda não entendia bem o que era uma vida melhor, mas entendia que o trabalho tirava sempre o meu pai do meu convívio.
Fui crescendo e desenvolvendo minhas representações sobre o mundo do trabalho. Sempre via como uma categoria que não trazia coisas boas, as quais eu sentia como boas, para mim e para minha família. Meu pai estava sempre trabalhando, então mesmo que ganhássemos dinheiro, nunca tínhamos tempo para aproveitá-lo em família. E como é um dos princípios do capitalismo querer sempre mais, meu pai sempre queria mais. Então, eram feriados, finais de semana, e sempre, sempre horas-extras.
Meu pai não abdicou só da convivência familiar, mas de um dos grandes sonhos dele, que era fazer um curso superior e tornar-se advogado. Então, eu sempre vi o trabalho com um pé atrás, como algo que podia me tirar muitas coisas boas.
Quando iniciei minha vida laboral, tinha em mente sempre que não ia me deixar consumir pelo trabalho. E que o que eu fizesse teria que me trazer felicidade, mas que também tinha que me permitir ser feliz longe dali. No meu caminha de estagiária, sempre que me deparei com situações ou empresas em que a precarização era forte, em que era tratada apenas como um pedaço de uma máquina, não suportei. Pedi para sair, ou eles mesmos depois que percebiam que eu não me adaptaria a cultura de trabalho "escravo dos tempos modernos" me demitiam. Enquanto eu era estagiária e tinha um pai, que estava se sacrificando para me dar uma vida melhor com mais oportunidades, era fácil deixar esse tipo de trabalho.
Nem sempre era tranquilo. Pois, em casa, meus pais questionavam muito o meu modo questionador de trabalhar. Sempre diziam que eu era muito sensível, que no mundo do trabalho as coisas funcionavam assim mesmo, que o patrão mandava e nós obedeciamos. Algumas vezes quis deixar de trabalhar para me dedicar só a estudar, mas só uma vez isso foi possível e porque meu atual marido, na época namorado, ajudou a me sustentar por um ano.
Mas isso não era por maldade dos meus pais. Era por falta de conhecimento e necessidade. Meu pai, que tinha dedicado uma vida inteira ao trabalho, e na época encontrava-se desempregado. Refutado pelo mercado de trabalho, que o achava velho e ultrapassado com seus 48 anos na época. Ele não consegui se reinserir. As exigências eram muitas. Ele quase que desconhecia por completo a informática, nunca pode fazer uma faculdade porque nunca teve tempo, o trabalho sempre o consumia demais. E com isso ele amargou alguns anos de desemprego. Com muita dificuldade ele voltou para o mercado, mas em condições mais que degradantes. Ele que tinha trabalhado em grandes organizações, foi trabalhar num empresa na época fundo de quintal, sem carteira assinada. Por um salário que não chegava a metade do salário que ele ganhava quando ficou desempregado.
Desde então, ele vem se deparando com condições cada vez mais degradantes. Empregos sem CTPS, ou assinada apenas com um salário mínimo. Alimentações de péssima qualidade, que lhe renderam recentemente uma pancreatitie e pedras na vesícula. Ônibus lotados, péssimas instalações fisícas que lhe renderam problemas na coluna que exigiram várias sessões de fisioterapia.
Por outro lado, eu me inseri nesse mundo de precarização do trabalho: salários baixos, após a formatura, fazendo trabalhos que requeriam duas ou mais pessoas, sozinha, porque amava de certa forma o que fazia, então fazia assim mesmo. Mas então, vieram a falta de reconhecimento, a manipulação ou apropriação indevida do meu saber por aqueles que era os donos do capital e exigiam que eu trabalhasse de determinada forma, mesmo sendo contra meus valores e princípios éticos. E ao mesmo tempo em que queria questionar, repudiar tudo isso e sair desses locais sem dizer adeus, tinha também a necessidade de me sustentar, de não ser um peso a mais para minha família, que já tinha problemas demais devido a queda da nossa condição econômica. Tinha o desejo de casar e construir minha própria familia. Então, fui permanecendo nesses trabalhos, mesmo não suportando. Meu corpo não aguentou e por vezes reagiu, desenvolvendo problemas na coluna, LER, tumores, gastrite entre outros problemas...
Passava noites pensando em como mudar essa situação. Em como sair desse ciclo vicioso, em que você trabalha numa situação precária, porque é o único jeito de se trabalhar, e não consegue mudar isso, estudando ou enfrentando os "patrões" por que isso implica a possibilidade de você ficar sem aquela renda, mesmo que seja insuficiente. E pensei muitas noites, amanhecendo sem perceber que nem dormi só pensando em como sair dessa situação. Então, nesse caminho desenvolvi algumas estratégias que você verá nas próximas postagens!

Cisne Negro e o Mestrado

Ontem assisti a Cisne Negro. E o que ficou para mim depois de todo o filme, foi o que a pressão que impomos a nós mesmos, quando se trata de realizar um objetivo ou um sonho, principalmente no âmbito profissional, pode nos fazer.
Aquela bailarina esperou a vida toda para realizar aquele sonho, ser a artista principal de um espetáculo, tornar-se perfeita naquilo que fazia. Quando isso acontece, ela não consegue suportar essa realidade e surta.
Isso parece mais comum do que pensamos. Lembro do caso Schereber de Freud, que quando ele chega a magistratura surta. Ele chegou a ocupar o lugar máximo que poderia e não conseguiu suportar. Lembro de algum tempo atrás ouvir comentários de jovens mestrandos que surtaram no processo do mestrado. Pensava que era brincadeira, ou que o sujeito era um "fraco"....
Estou nesse papel agora, fazendo o mestrado, perto de alcançar um dos meus maiores desejos...Entendo porque algumas pessoas surtam. As minhas primeiras aulas estão sendo de puro desconforto. Os professores estão nos tirando daquele lugar comum, nos fazendo questionar tudo que achávamos que acreditávamos... Saio de lá tendo um conflito grande entre aquilo que eu costumava pensar e o que começo a duvidar agora. Muitas vezes saio sem chão, duvidando de todos os meus conhecimentos, não há certezas nas ciências sociais ou na psicologia... Assim como Nina, que não sabe mais o que é real e o que não é no processo dela de tornar-se a grande bailarina na cia. Mas segundo meu orientador é isso mesmo que eles querem provocar nos alunos. E segundo a minha professora de metodologia, quando começamos a relacionar o nosso tema da dissertação com as mínimas ocorrências do nosso dia a dia, estamos em pleno processo de produção rumo a alcançar nosso objetivo.
Mas, não se preocupem aqueles que ficaram assustados com a minha comparação com o filme Cisne Negro. A comparação é apenas para fazer-me melhor compreender o momento que vivo, que também é de grande pressão, pressão que eu mesmo exerço sobre mim. Entender e compreender melhor aqueles que não suportam essa pressão. Mas, de qualquer forma o mestrado é apenas um dos meus grandes desejos....

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O primeiro dia/ primeira semana do mestrado

Na realidade o primeiro dia do mestrado já foi há pouco mais de uma semana... , mas ainda estou digerindo as mudanças...São muitas...No primeiro dia saí de lá com a clara impressão, que as pessoas da minha turma estavam anos luz na minha frente e que eu teria que me dedicar muito mais do que qualquer um deles para conseguir acompanhar e realizar o meu propósito. É claro que me dei um desconto de que, estou afastada da academia há 6 anos e que para mim as coisas já seriam mesmo mais difíceis. Mas, serão muito mais difíceis.
Isso me assusta, mas não me incapacita. Responsabilidade sim, sinto muito, de mim mesma, a cobrança para realizar um bom trabalho. O melhor que eu puder e não deixar escapar a oportunidade que me foi dada de entrar nesse mundo intelectual.
O que me leva a segunda aula. As palavras da professora ainda ecoam na minha mente: " o trabalho de vcs agora é ser intelectual". Para mim é uma mudança dramática. Saio de um contexto em que pouco ou quase nada podia usar de minha inteligência e saber científico para realizar o trabalho que fazia. O qual deveria ser apenas prático, objetivo, rápido e colaborar para a lucratividade da empresa, para um novo contexto em que meu trabalho é pensar criticamente tudo isso que eu vivia, e muitas outras coisas. Meu trabalho vai ser pensar. Meus olhos se enchem de lágrimas, quando me ouço falando isso para mim mesma, e me lembro de que há bem pouco tempo, meu "patrão" dizia que funcionário dele não era pago para pensar, mas apenas para fazer aquilo que ele mandava. Eu consegui sair desse contexto de opressão e precarização do trabalho e hoje me é apresentado que meu trabalho agora é ser intelectual. Estudar, ser pesquisadora, pensar criticamente a realidade é o meu novo ofício. Que xique! E que responsabilidade!!! Afinal, eu não tenho a menor dúvida de que será um trabalho árduo, mas ao mesmo tempo sinto que será extremamente prazeroso, pois no fundo sempre foi isso que quis fazer, só não tinha podido ainda realizar.
Tudo é novo. Tudo muda. Estabelecer uma rotina para esse tipo de trabalho é algo que ainda estou aprendendo, mas que estou amando descobrir. O ambiente é o melhor possível, cercada de livros, um bom computador com internet, uma boa música, àgua e comida sempre à mão. Momentos de pausas são necessários e não tenho que me preocupar se meu "patrão" vai descobrir que estou descansando e brigar comigo. Eu sou minha própria patroa, eu planejo meu trabalho, tenho autonomia. É claro que tenho o meu orientador, mas ele é justamente o que o nome diz, uma pessoa que me orienta naquilo que estou buscando realizar, aquele que é meu companheiro nesse percurso. Uma relação totalmente diferente.
Sei que muitas mudanças ocorreram na minha vida e em mim mesma, no decorrer dos próximos 18 meses... mas, se elas virão de reflexões e relações abertas e sadias de trabalho, só posso esperar que sejam muito positivas e que ao final desses 18 meses eu possa me sentir realmente fazendo o meu novo trabalho: ser intelectual, produzir conhecimento.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Os efeitos de ter 3 décadas no corpo...

Entrar na terceira década de vida nos remete a pensar nas limitações que o tempo nos traz. Muitos podem pensar, ora o que são 3 décadas, meros 30 anos. Mas, para mim é como se fosse um divisor de águas, como se eu tivesse que me obrigar a parar para pensar no que eu já fiz, e o que eu quero conseguir e o tempo que ainda me resta para conseguir. É a hora de assumir responsabilidades, de deixar de ser " a filha" e se tornar " a profissional" " a esposa" ou "a mãe".
Talvez seja porque passei muito tempo ouvindo meus clientes e chefes, quando trabalhava com seleção, me solicitar profissionais na faixa de 20 a 30 ou 35 anos no máximo. Então, parece que passei muito tempo ouvindo que a vida das pessoas está finalizando em sua terceira década.
Hoje estou pensando sobre as limitações e diferenças no meu corpo. Meu pique e disposição já não são mais os mesmos, da minha segunda década. Talvez esteja precisando fazer alguma atividade física para recuperar o fôlego, quem sabe não passe a me sentir com 20 e poucos anos denovo...
E o que mais posso fazer para sentir menos o peso da idade nas minhas costas? Falo literalmente. Na minha segunda década, estudava, estagiava e saia no final de semana para aproveitar com o namorado ou amigos e não me lembro de nunca sentir dores nas costas, ou mesmo no punho, no ombro... Conseguia fazer todas minhas atividades sem reclamar.
Hoje depois de uma semana trabalhando os três expedientes e o sábado mais dois expedientes e sair para jantar com a família no terceiro, não consegui dormir e nem consegui levantar da cama cheia de dor, costas, ombros, punho etc. no domingo. Meu corpo claramente não é mais o mesmo...A LER torna atividades simples insuportáveis, como por exemplo, o simples fato de estar escrevendo aqui.
Meu estômago não é mais o mesmo, qualquer estravagância ou alimentação desregrada, os efeitos no corpo não passam impunes. o mal estar com azia e gastrite são constantes, mas talvez não seja só uma questão de alimentação, mas também das ansiedades que a terceira década está trazendo. O fato é que tenho que me cuidar.
Se antes nunca me preocupei com o peso, e a ansiedade e o stress me levavam num piscar de olhos vários dos meus quilinhos, hoje a coisa mudou de figura. Adquiri 6 kg a mais que não vão mais embora, mesmo com stress e ansiedade eles não vão mais embora e parece que estão sempre ansiosos por se juntar a mais uns amiguinhos....
Não ajuda em nada a falta de tempo que tenho (na busca por conseguir meu sucesso profissional antes que os 35 cheguem de verdade) para conseguir ter o corpo saudável e a disposição que me fariam sentir menos o peso desses 30 anos...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

NOITES EM CLARO E O TEMPO

Quando eu era criança começava ficar acordada até tarde em casa por alguns motivos: queria ver meu pai chegar do trabalho, ele sempre chegava tarde ou tinha um pesadelo e não conseguia mais dormir.
Quando na adolescência ficava até muito tarde da noite acordada para estudar para uma prova no dia seguinte, para terminar um trabalho para a escola, ou nos momentos felizes e de pura diversão porque ia à alguma festa muito boa, neste caso eu não tinha nem lembrança do era sono, mas nos outros sim, meus olhos insistiam em fechar, cheios de lágrimas de tanto bocejar, mas como tinha algo a cumprir, pedia à Deus forçar para continuar acordada.
O tempo passou e por alguns outros motivos fiquei acordada até tarde, mesmo cheia de sono. Lembro-me de uma ves que estava fazendo um presente surpresa para meu namorado, hoje meu esposo, que me levou noites em claro, pois era tudo feito artesanalmente, uma fita cassete, é o novo, com nossa músicas favoritas, um coração de isopor com cartolina enorme, recheado de ouro branco e sonho de valso, ficou muito lindo, e um cartão feito com recortes de EVA. Como estudava e trabalhava não tinha tempo de fazer durante o dia, então, fazia à noite quando chegava em casa, depois da faculdade, isso em meio as atividades da faculdade também. Lembro que na véspera minha mãe ficou comigo até tarde me ajudando a pregar com os palitos os bombons no super coração de isopor. Apesar do sono, foram bons tempos....
Raramente fiquei acordada nos últimos anos para realizar algum trabalho, era terminantemente contra minhas regras me desgastar em casa, por um trabalho que eu odiava e já quase não suportava fazer no horário comercial. Lembro que as últimas vezes que trabalhei nas madrugadas por trabalho, foi quando ministrava treinamentos há uns 3 anos atrás e era uma atividade que apesar de trabalhosa, fazia com muito gosto.
Hoje fico noites acordadas devido ao meu novo trabalho: preparar aulas, desse sim eu gosto, quando vejo meus olhos estão cheio de lágrimas e insistindo em fechar, mas eu ainda estou querendo fazer mais, deixar a aula mais legal, querendo ter idéias que chamem a atenção dos alunos ou mesmo estudando para me aprofundar no conteúdo.
Como inicio o mestrado na próxima semana, já imagino o motivo pelo qual terei ainda mais noites em claro, mas fico muito feliz, mesmo com meus olhos e corpo sofrendo.
Mas, ao pensar que o tempo vai passar e mais na frente um novo motivo deverá me manter acordada durante as noites, fico muito assustada e me pergunto se vou conseguir me manter acordada e motivada, quando esse motivo chegar. Já imaginaram o motivo né? Um serzinho que seja metade minha e metade do meu esposo e que vai depender de nós para tudo e de mim para tudo mesmo, e que me manterá acordada e desperta a cada três horas para satisfazer suas necessidades. Ai que medo!!! Do tempo que vai passar e das outras responsabilidades que ele trará....

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

De quem é o buraco? ... De quem é a cara de palhaço? ah sei, eh a nossa

A prefeitura de Fortaleza e a Cagece agora discutem de quem é a culpa dos buracos da cidade. Isso porque a prefeita resolveu conseguir um culpado para o descaso da prefeitura com a cidade, a cagece. E não é uma simples culpa, é a culpa por 60% dos buracos da cidade.
Nos percursos que costumo realizar existem sim obras da cagece, mas os buracos vitalícios que temos há anos são de longe a maioria.
A prefeita e a cagece agora culpam a chuva por não conseguirem terminar as obras e por isso estamos com tantos transtornos na cidade. Boa desculpa, mas as chuvas começaram agora no início do ano e as obras e buracos existem há anos.
De qualquer forma a maioria das obras da cagece que ficam no meu percurso são terminadas num espaço curto de tempo e realmente terminadas, ou seja, não ficam pendências para vir tapar, cobrir depois. Enquanto os buracos vitalicios da prefeitura, bem como o próprio nome diz... são vitalícios.
Eu não suporto mais essa palhaçada, mas ao mesmo tempo, pouco podemos fazer: ligar para os órgãos, que depois de inúmeras tentativas dizem que vão agendar a visita para averiguar. E tentar sempre escolher melhor quem governa a nossa cidade. Luiziane nunca mais!!!
Os piores são aqueles que fazem aquele discurso exacerbado, apontando os erros e defeitos de seus antecessores, pois a maioria quando no poder, agem como a prefeita de Fortaleza.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um dos princípios do capitalismo: vc sempre vai querer mais!

As pessoas sempre querem mais dinheiro . Ninguém é educado ou influenciado a querer uma vida simples, com poucas, ou limitadas satisfações materiais. O capitalismo nos faz sempre desejarmos e querermos mais, e quando entramos no jogo dele, raramente conseguimos voltar.
Sempre tive muito cuidado nas minhas ações nessa busca desenfrada para ganhar dinheiro. Tive um modelo que em casa que me ensinou pelo avesso: meu pai.
Meu pai sempre foi e ainda é um homem muito batalhador, trabalhador com tudo e um pouco mais que  ainda que o signficado da palavra carrega. Conseguiu crescer muito e dar uma vida muito confortável e infinitamente superior a que ele teve quando criança ou adolescente. Não somos ricos, mas vivemos satisfatoriamente, enquanto meu pai quando criança foi um inúmeros nordestinos que passava fome no sertão do Ceará.
Para conseguir toda essa evolução, ele começou a trabalha aos 7 anos de idade e até hoje não parou. Não teve infância ou adolescência. E quando formou sua família com minha mãe, pouco pode usufruir dos momentos com ela, pois tinha que trabalhar muito para conseguir crescer, "vencer na vida", dar uma vida melhor aos filhos.
Não preciso nem dizer que sua ausência foi uma constante na minha vida e na do meu irmão. Lembro que boa parte da minha infância eu passava semanas sem vê-lo, ele saía muito cedo para trabalhar e quando voltava, muito tarde da noite, eu já estava dormindo. Nos finais de semana e feriados ele também estava trabalhando, era hora extra e ganhava mais. Nos domingos que ficava em casa, dormia e agente tinha que ficar quieto, quieto na medida do possível, já que éramos crianças...
Tenho poucas lembranças de passeios e momentos que tenha curtido na infância com a família toda.
Na nossa adolescência então, o trabalho não deu trégua, e também foi um dos períodos em que ele mais trabalhou. Viagens, só com as famílias dos amigos da escola, meus pais não tinham tempo, mesmo tendo o dinheiro.
Tudo isso sempre me fez pensar que quando chegasse a minha vez de trabalhar e ter uma família seria diferente, até o momento tenho tentado, mas não é fácil seguir na contramão do sistema capitalista.
Algumas pessoas me dizem que durante uma determinada época da nossa vida, a que somos jovens e não temos filhos, devemos trabalhar muito, sem nos importarmos com finais de semana perdidos, feriados perdidos, ou em chegar sempre tarde em casa, ter pouco tempo para o lazer. Dizem que é apenas uma fase, um período que temos que aproveitar para crescer profissionalmente e ganhar dinheiro. E que depois, já com as metas aingidas, podemos desacelar o ritmo.
Será mesmo? Acho muito difícil de desacelar. O capitalismo cria ferramentas, meios de sempre conseguir o que quer.
Primeiro você se sentirá reforçado pelos ganhos financeiros e de status que conseguir. Com o estilo de vida que conseguir ter e não vai querer perder ou baixar o nível, mas então o que você ganha não vai ser suficiente para manter tudo isso daqui algum tempo, além disso você vai querer mais do que tem, e isso vai levar você a trabalhar sempre e cada vez mais.
Esse seu tempo a mais para o trabalho será tirado de algum lugar. Do tempo para o autodesenvolvimento, do tempo para família, amigos, companheiro, etc. Afinal, a mágica do dia ter mais de 24h ainda não conseguiu ser realizada.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Fazer 30 anos...

Fazer 30 anos...
Hj dei os parabens para o meu primeiro amigo que completou 30 anos esse ano. Muitos dos meus amigos completam essa idade esse ano e eu também...
Isso tem me feito pensar muitas coisas e naum eh uma coisa de agora, mas precisamente desde o dia em que completei 29 anos.
Como meu amigo falou hj "naum me preparei pra completar 30 anos. Pensei minha vida até meus 20 poucos anos só". E p/ q melhor? Essa afinal eh uma fase d grandes conquistas. Geralmente nessa fase conhecemos os amigos q farao parte da nossa vida provavelmente até a maturidade. frequentamos a faculdade e nos descobrimos, nos formamos. Vivemos amores apaixonados. Muitas vezes o amor da nossa vida. Ou mesmo, casamos com ele.
O que esperar entao dos 30 anos? Pra mim parece uma fase de grandes responsabilidades. Pra mim a compra da casa própria, a saída definitiva da casa dos meus pais, talvez os filhos e a hora de um emprego mais estável. Fundamental para quem planeja tudo isso.
Como nao entrar numa crise diante de tudo isso?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Um olhar: paixão fulminante, amor súbito.... será mesmo? em que mundo? ah o das novelas da globo!

Sempre fui grande fã de novelas. Realmente acompanhar os capítulos era sempre uma grande diversão e distração para mim. Mas, conforme a gente cresce, estuda e começa a analisar as coisas, vai ficando cada vez mais crítica, mesmo em relação a programas que são feitos apenas para as pessoas se divertirem e não questionarem muito sobre a sua realidade, mas principalmente esquecê-la, envolvendo-se com a suposta realidade dos outros.
Meu desabafo de hoje vai em relação as novelas da globo. Principalmente a que está sendo reprisada no horário da tarde. Minha questão é como acreditar que apenas olhando uma pessoa vc pode se apaixonar loucamente e dizer que ama, que é capaz de morrer por aquela pessoa, esquecer todos seus princípios e valores, entregar-se sem nem ao menos ter trocado meia dúzia de palavras com ela.
Assim é o romance da novela da tarde que está sendo exibida. Apenas um olhar e pronto, a pessoa esquece quem é, princípios, valores, sonhos anteriores e pronto: ama aquela pessoa, é capaz de morrer por esse amor.
Sinceramente onde é que isso é verdade? Talvez nos sonhos adolescentes e é preciso lembrar que essas paixões adolescentes não costumam chegar a vida adulta. Não é uma questão de pessimismo, simplesmente é assim.
Duas pessoas de cultura completamente opostas se encontram por acaso e pronto, paixão fulminante, amor súbito e enloquecedor. Como já falei antes, sem trocar meia dúzia de palavras.
Apesar de não assitir a nova novela das 21h, pela propaganda, apresenta ser da mesma maneira. Um casal se olha e pronto, já está se amando, capaz de morrer por esse amor...
Quem me ouve pode até pensar que sou uma caxias que odeia novela. Mas, não sou. Como disse gostava muito, no entanto, algo aconteceu, ou estou realmente mais crítica, ou as novelas não se reinventam mais e pior se baseiam num mundo de fantasias difícil de uma mente adulta engolir nos dias de hoje.