terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O racismo/preconceito e o amor (ou a falta dele)...

O que eu posso dizer sobre o preconceito, o ódio que determinadas pessoas nutrem por outras apenas pela cor de sua pele, ou por serem praticantes de determinada religião, ou por fazer uma opção sexual diferente da sua, ou ainda odeiam o outro porque nasceu em determinada parte do país, ou em determinado país...
Como entender que existam esse tipo de pessoas? Como explicar a intolerância, a existência dessas pessoas para os meus filhos quando eles nascerem?
Só posso dizer a respeito dos preconceituosos e racistas que são pessoas que não tiveram a felicidade de conhecer o amor verdadeiro, de amar e ser amado por alguém, porque quem conhece o amor de verdade não pode praticar nenhum tipo de intolerância e ódio ao próximo por motivos tão estúpidos.
Infelizmente existem diveras formas de preconceito perpetuadas em nossa cultura, no nosso país. E uma que aprendi desde pequena, é quando o negro renega sua própria cor. Quando não se considera negro e pratica preconceito com relação a outros negros.
Minha família é de origem negra. Meus tataravós, meus bisavós e avós. É certo que na realidade houveram muitas uniões entre os negros e os brancos e até mesmo os índios de ambos os lados da minha família. Mas, muitos negros, não se consideram tal e praticam preconceito com relação a outros negros. Não percebem a cor de sua própria pele ou de quem está ao seu lado. Sempre achei estranho esse comportamento desde pequena, mas só adulta pude compreender do que se tratava realmente.
O pior eh que muitas pessoas, e talvez mesmo eu, praticam a forma disfarçada de racismo, utilizam-se de piadinhas preconceituosas em seu cotidiano. E continuam alimentando as próximas gerações para perpetuar essa prática. Devemos estar atento aos nossos comportamentos, mesmo aqueles que consideramos sem grande importância. Eles podem estar alimentando esse monstro.
Hoje assistindo a uma cena de lado a lado, novela das 18h da rede globo, que trata com muita beleza do tema, chorei ao pensar que meus antepessados tiveram que passar por algo semelhante. Na cena um rapaz negro pintou seu corpo de pó de arroz para poder jogar futebol, seu grande sonho. Já que no início do século o futebol era um esporte de branco eletista. Ao lembrar da cena ainda choro!
Choro mais ainda ao pensar que tanto tempo já se passou e mesmo assim pessoas ainda sofrem humilhações pela cor de sua pele, por sua escolha religiosa, ou por serem de determinado lugar. E quando sinto tudo isso me vem a pergunta mais uma vez, como explicar que uma pessoa faça isso com outra? Mais uma vez só consigo encontrar uma resposta: essas pessoas não foram abençoadas com a dádiva de conhecer o amor de verdade e serem amadas.
São dignas de pena, pois irão morrer sem conhecer o melhor da vida. Quem ama de verdade, quem é amado não consegue praticar um ato tão cruel quanto o preconceito/racismo com outro ser humano. O amor de verdade nos ensina respeito e tolerância com as diferenças. Afinal eu aprendi que foi isso que Jesus nos ensinou. Não consigo dizer que sou cristã e incitar ou praticar a intolerância e ódio contra meu semelhante, por motivos tão estúpidos quanto a cor da pele, a escolha religiosa, o lugar onde nasceu ou a opção sexual do indivíduo.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Morar em Cuiabá e suas intempéries parte III

Na realidade estou morando em Cuiabá há pouco mais de um ano e confesso que a cidade tem muitas coisas que eu gosto, sinto-me bem aqui na maior parte do tempo. É um lugar no qual fui muito feliz mesmo! E como diz meu irmão, o lugar é bom quando nós estamos felizes nele.
Talvez vocês já tenham percebido que eu disse fui... isso porque estou de mudança agendada para uma nova cidade dentro de mais ou menos um mês. Meu marido passou em novo concurso, melhor ainda dessa vez apesar de continuar trabalhando no TRT. Agora ele é servidor de nível superior em Goiás, ou melhor dizendo na cidade de Jataí Sudoeste de Goiás.
Confesso que senti e ainda sinto uma certa resistência a mudar, pois realmente não tenho muitas coisas a reclamar de Cuiabá. Sim é uma das cidades mais quentes do país, quem sabe até do mundo. Nossa temperatura média quando não está muito quente, ou seja, em nossos melhores dias é de 37º. O clima é bem seco. E sofremos com as frentes frias que levam temperaturas de 42º aos 18º no mesmo dia num curto espaço de tempo. O sistema imunológico demora para se adaptar um pouco, mas se adapta!
Para o calor, temos o ar condicionado. Hoje com produtos bem em conta e com consumo baixo de energia. Para a secura do clima temos o umidificador e assim vamos seguindo. Agora para certas coisas não temos uma solução tão fácil, ou mesmo, talvez, nem tenha. E sinto-me à vontade para falar disso porque muitos cuiabanos que conheço aqui reclamam da mesma coisa: o péssimo atendimento nos serviços.
Fortaleza minha cidade natal é claro também tem os estabelecimentos nos quais entramos ou solicitamos serviços e que os vendedores nos tratam com um desprezo, e com uma cara de quem estão nos prestando um favor e atrapalhando o dia deles. Mas, isso não é a regra, muito pelo contrário.
Já aqui em Cuiabá a excessão é você conseguir um bom atendimento em qualquer que seja o serviço que você procure. Lembro de quando estávamos procurando coisas para nossa casa nova e fomos a uma marmoraria em que o vendedor estava sentado se balançando numa cadeira e lá continuou. Fomos até ele, e perguntamos sobre o serviço, ele quase não tinha coragem de falar, deu as informações num pedaço de papel rascunho já usado. Perguntamos se poderíamos ver as pedras de granito e alguma pia que estivesse pronta, ele disse assim: "ah desse aqui e chamo o sr. fulano que ele te mostra" e continou lah se balançando na maior folga. Minha vontade foi sair correndo dali, soh não o fiz porque quando saímos do escritório em que tivemos "o atendimento" havia um pitbull solto, dormindo perto do nosso carro, então saí calmamente para não assustar o pitbull.
Naquela mesma noite contanto um episódio para uma cuiabana ela me disse não se assuste esse é o padrão de atendimento cuiabano.
Nessas horas eu realmente sinto vontade de morar em outro lugar. Porque isso não é um episódio isolado. O tal padrão do "não bom atendimento cuiabano" é encontrado por mim desde a budega do seu zé, aos corretores de imóveis, as grandes lojas e mesmo restaurantes. Claro que há excessões, até porque a profissional que nos vendeu nosso apto é excelente e somos só elogios a ela, mas antes de encontrá-la penamos muito!
A bola da vez agora são as transportadoras de mudanças. Não há como não precisar delas para fazer a mudança, não posso fazer no nosso carro, e nem me dar ao luxo de comprar tudo novo, então precisarei delas. E é justamente esse sentimento o de precisar. Elas nos atendem como se fizessem um grande favor. Para começar, das 7 empresas que liguei apenas uma ficou de mandar um vistoriador para fazer o orçamento. Duas outras ficaram de me ligar baseada apenas no que falei ao telefone, ou seja, sem contabilizar as coisas exatamente, para passar o orçamento, e bem isso faz.... uma semana e nada. Outra me passou uma lista para que eu preenchesse, um verdadeiro saco! Eles esperam realmente que eu conte cada item da minha casa? Isso não é serviço deles? A empresa disse que não tinha vistoriador, que eu preenchesse o tal formulário, detalhamente e mandasse para eles. Com muita raiva preenchi, não tão detalhadamente assim, e estou no aguardo, mas essa pelo menos faz um dia só que mandei o bendito formulário. Outras duas os telefones não funcionam. E a única que marcou para o vistoriador vir parecia séria e tudo mais. Ligou-me para confirmar a tal visita, eu confirmei. Era para ter sido ontem 13h30min. Hoje são... 11h03min e ele aqui não veio e nem ligou para dizer nada. Eu ainda liguei para empresa ontem no final para saber o que havia ocorrido, a pessoa que me atendeu ficou de ligar e..... eh ela não ligou, não deixou recado e estou a ver navios.... O pior é que eu preciso de uma transportadora para me mudar e vou ter que ligar para bendita transportadora denovo! Pois até agora tenho um orçamento apenas.
Começo a me desapegar da idéia de morar em Cuiabá e receber com bons olhos a minha nova cidade Jataí, pelo menos ao comércio local meu marido, que já está morando lá há quase um mês é só elogios! Mas, para chegar lá ainda vou ter que passar por alguns aborrecimentos mais com as tais transportadoras. Interessante que duas dessas transportadoras são nacioanais e o serviço que me prestaram em Fortaleza foi infinitamente diferente e melhor do que não estão me prestando aqui.